sábado, 15 de maio de 2010

Novo código para São Paulo custará R$ 151 milhões

:: Luis Osvaldo Grossmann
:: Convergência Digital :: 14/05/2010


A Anatel vai propor a inclusão de um novo código nacional para a região metropolitana de São Paulo como forma de ampliar a quantidade de números disponíveis para a telefonia móvel. Nos cálculos da agência, dado o crescimento da demanda por celulares e modems 3G, a numeração atual será esgotada até o fim deste ano.

Para evitar um colapso, o Conselho Diretor da agência aprovou a abertura de uma consulta pública, por 45 dias, para a avaliação da proposta. A Anatel também considerou a possibilidade de incluir um nono dígito nos números, mas a posição da área técnica, referendada pelo colegiado, é de que a solução com um novo código nacional é mais simples, barata e restrita somente a São Paulo.

Isso significa que a região metropolitana de São Paulo, além do código 11 (a sigla DDD, apesar de mais familiar aos brasileiros, é exclusiva da Embratel) terá também o código 10. As chamadas entre os dois códigos, no entanto, serão consideradas locais. Além disso, a agência propõe que todos os telefones móveis do país ganhem um novo dígito a partir de 2015.

Conforme avaliação da Anatel, a mudança é urgente. A área do código 11 já conta com 25,4 milhões de usuários do Serviço Móvel Pessoal, sendo que a disponibilidade efetiva, com os oito dígitos, é de 37 milhões, na verdade, um pouco mais, mas deve-se descontar os dois milhões do Serviço Móvel Especializado e outro milhão dos números começados com 90, que podem ser confundidos com ligações à cobrar.

Persistindo o crescimento da demanda observado historicamente, a quantidade de Recursos de Numeração autorizados alcançará a capacidade existente no final de 2010, verificando-se a necessidade iminente de implementação de uma solução”, destaca o relatório da Anatel.

Ainda conforme a agência, até 2025, a demanda projetada do SMP para o estado de São Paulo será de 108 milhões de acessos móveis, sendo que 50% a 60% dessa demanda se dará na região metropolitana da capital. Ou seja, algo como 62 milhões de acessos. Com a adoção do novo código, 10, a disponibilidade de números dobraria dos atuais 37 milhões para 74 milhões. Caso optasse pela solução de mais um dígito, a capacidade total seria de 90 milhões de números.

Embora os brasileiros já estejam familiarizados com a adição de um novo dígito em seus telefones, a avaliação feita pelas superintendências de Serviços Públicos e de Serviços Privados é de que a opção por um novo código nacional tem implementação mais simples, oferece menos riscos às redes das operadoras e é mais barata.

A estimativa é de que a inclusão do nono dígito custaria algo como R$ 304,4 milhões, enquanto o novo código nacional tem custo projetado de R$ 151 milhões. Adicionalmente o impacto do código 10 será restrito a São Paulo, enquanto a inclusão de mais um dígito exigiria campanhas nacionais de informação – já que todos que ligam para alguém em São Paulo precisariam saber da mudança.

Outro argumento é que o código 10 será utilizado somente por novos consumidores. Além disso, deverá ser utilizado, principalmente, nos modems móveis – ou seja, em aparelhos que não recebem chamadas telefônicas, o que reduz ainda mais o impacto da mudança.

A consulta pública será aberta a partir da próxima terça-feira, 18/5, e aceitará contribuições durante 45 dias. Além dela, serão realizadas duas audiências públicas sobre a proposta de nova numeração, a serem realizadas em São Paulo e em Brasília.

Original em: UOL

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